terça-feira, 8 de setembro de 2009

Torga

Na aragem fria da noite
Solta-se aquele grito que dizia teu
E com os olhos vincados na fria sepultura da razão
Colho a semente amarga da paixão!
E do ponto mais alto de Marão
Elevaste-te ao céu,
num dia de tempestade
Com os olhos n`aldeia,
Com um sorriso terno, oculto do mundo,
E sempre com uma flor no coração!
Chamavas o sol, mas ele não viera
E no leito onde jazias
A brancura de um malmequer não te deixou!
E a noite chegou, antes do tempo
E com o teu obstinado amigo
Ao prematuro encontro te levou.
E ele que é o Deus de todos nós
Invade a solidão de um solitário
Em pleno serão imaginários!
Agora que a noite é calma
Oiço o bater da chuva na escuridão
E com os olhos repletos de lágrimas
Vou ao encontro do sonho
Que era teu
E agora é meu!
Ana Ferreira(1994)

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