terça-feira, 8 de setembro de 2009

Recusa

Fecho-me agora,
Neste mundo de recusas
Sem que ninguém nele possa entrar.
Sou bicho, quero a mata escura
E o grito selvagem da solidão!
Entrego-me hoje, a esta tribo
Da qual tu não fazes parte
Eu sou nativo, fugitivo, alma do sol nascente
A querer o silêncio amargo
Que é a morte antes de se morrer.
Não, não, sou eu
Tal como nasci
Solta-se o sangue num rio escuro
E o corpo amortalhado cai na lama do que vivi.
E o eu com que nasci
Flutua num mar sem ondas
E o mundo onde vivi
Levou-me a este pranto que hoje sou!
Ana Ferreira(1995)

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